Você já ouviu o termo “bebê high need”? Este termo foi criado pelo pediatra americano Dr. William Sears, também defensor da criação com apego, e define que o bebê possui grandes necessidades, porém não é desse jeito por culpa dos pais, mas sim por causa de sua personalidade. Que diga-se de passagem não é necessariamente boa ou má, apenas diferente. Estes traços não significam nenhuma enfermidade ou certeza de reflexo negativo no futuro, pelo contrário, é possível que algumas características dos bebês high need, sejam transformados em ótimas qualidades na vida adulta.
Vejam os traços citados no site do Dr. Sears:
1 – Intenso: Choram muito e bem alto, comem vorazmente, protestam fortemente quando suas necessidades não são atendidas satisfatoriamente. O choro de um bebê high need não é um simples pedido é uma demanda urgente! Estes bebês colocam muita energia em tudo o que fazem.
2 – Hiperativos: Hiperativo neste caso não é um diagnóstico e sim uma descrição de ações, se relaciona à criança que é muito ativa. Esta característica está relacionada com a qualidade de “intensidade” destes bebês.
3 – “Exaustivos”: A demanda destes bebês é tão grande que os pais sentem-se frequentemente esgotados, e ainda assim parece não ser suficiente para os pequenos. Para ajudar você a ter uma visão positiva, transforme a idéia de esgotamento em sentimento de doação. Pode lhe ajudar a passar por este período conturbado…
4 – Mamam / se alimentam frequentemente: Querem mamar ou se alimentar a toda hora, por muito tempo. Utilizando o alimento não só como nutrição mas também como ferramenta de conforto.
5 – Demandantes: Estes bebês possuem grande senso de urgência, não gostam de esperar e dificilmente aceitam alternativas aos seus desejos. Você precisa sempre atendê-los rapidamente ou choram muito alto, protestando fortemente.
6 – Acordam frequentemente: Possuem dificuldades para dormir e de manter um sono contínuo. Acordam muito e precisam da presença dos pais para voltarem a dormir.
7 – Insatisfeitos: Você nunca parece satisfazer um bebê high need. Não se sinta culpada se mesmo após tentar de todas as formas deixá-lo calmo, ele não parecer satisfeito, faz parte da personalidade dele. Somente com tentativa e erro você irá descobrir formas de tranquilizar seu bebê.
8 – Imprevisíveis: Você nunca sabe o que esperar, o que funciona em um dia pode não funcionar em outro.
9 – Super sensível: Estes bebês preferem um ambiente seguro e conhecido, e são muito sensíveis a novidades. Fica estressado facilmente ao ter alguma mudança brusca no ambiente.
10 – Não saem do colo: Querem colo o tempo todo pois precisam do toque, gostam muito do contato pele com pele e exigem contato físico constante. Geralmente só o colo não é suficiente, gostam que os pais se movimentem para ficarem satisfeitos.
11 – Não dormem/se acalmam sozinhos: Não gostam de interagir com coisas, precisam de pessoas, e por isso não adormecem sozinhos com um móbile, por exemplo. Precisam ser embalados, precisam dos pais para adormecerem.
12 – Sensíveis à separação: Sentem-se ansiosos e assustados quando longe dos pais e choram muito ao saírem de perto deles, ao ir para a escola por exemplo. São difíceis de aceitar frequentes trocas de cuidadores, e demoram a se adaptar com estranhos.
Levando para o lado positivo, estes bebês são fáceis de entender, pois quando algo não vai bem, deixam bem claro. Demonstram quando precisam de ajuda ou de alguma mudança no seu ambiente.
A sensibilidade deles pode ser transformada em empatia, pois são sensíveis aos sentimentos dos outros e valorizam muito as relações inter-pessoais. Podem também ter sua criatividade estimulada pela sua inquietude.
Muitas destas características são comuns nos primeiros meses, onde o bebê ainda está em adaptação e não representam um bebê high need. De acordo com o Dr. Sears, um bebê é considerado high need se apresentar 3 ou mais destas características (não precisam ser todas as 12), após os 5 meses de vida. De certa forma todos os bebês possuem altas necessidades e a maioria possui grandes necessidades em pelo menos uma área de sua vida. Podendo apresentar altas necessidades mais em algumas áreas do que em outras, pois existem diversos níveis de necessidades e de personalidades.
É importante ter em mente que ter um bebê high need não é um rótulo e nem uma enfermidade, e não devem ser tratadas como tal. Este conhecimento serve para ajudar você a direcionar de maneira positiva o processo de amadurecimento e transformação que você já trabalha com seu filho, tirando a culpa muitas vezes colocada em cima da mãe que “mima o filho com tanto colo”. É possível transformar estas características em oportunidades de desenvolvimento de excelentes qualidades no adulto que seu filho será no futuro. Converse muito com seu bebê, e adquira o hábito de explicar tudo o que irá ocorrer, como será o dia, para que ele se sinta seguro.
E isso pode ser feito desde sempre, mesmo que seja um bebezinho, você pode conversar com ele. Sempre fiz isso com Marina e muitos me falavam que ela era muito pequena para entender, mas a nossa ligação se desenvolveu muito com este simples hábito. E na maioria das vezes parece que ela entendia tudo sim! E isso me ajudou muito com ela.
Por isso, guarde uma dose extra de paciência, peça ajuda, converse, procure por grupos de mães que passam pela mesma fase (tem alguns grupos no facebook como este) e repita o mantra: “É uma fase, vai passar” rsrs
Beijinhos
