Ser mãe e ser indivíduo, dá pra conciliar?

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Quando nasce uma mãe nasce junto a culpa, o medo, a autoavaliação (super crítica), e outras neuroses a mais… E nos pegamos o tempo todo nos perguntando “Sou uma boa mãe? Estou fazendo tudo certo? Eu SEI que poderia fazer melhor!” E seguimos num pensamento em looping que nos faz ter a certeza de que o “não” é a melhor resposta para todas as perguntas. Será que estou sendo coerente com a mãe que eu era antes de ter filhos? São tantas perguntas!!

Só nos esquecemos de que a resposta não está em nós, mas sim fora de nós. E a resposta não é medida em quantas vezes você esqueceu de levar a fruta do lanche, ou em quantas vezes o seu filho ou filha foi com a blusa meio amassada pra creche, mas sim em quanto amor você pode ver nos olhos daquele pequeno ser… Hoje em dia, temos um excesso de deveres e pouca pausa para sentirmos a vida. Nossos pequenos são como esponjas e refletem exatamente aquilo que vivenciam, e se você não tiver tempo de parar e observar seu filho, nunca saberá a resposta para suas perguntas.

Você deve estar se perguntando: E como encontrar tempo para isto? Se tenho um milhão de coisas pra fazer? A resposta NÃO É simples… Nossa vida é muito corrida atualmente e cada uma de nós precisa responder com base em sua própria rotina e prioridades diárias. Mas lembre-se de que o tempo que você dedica ao seu filho é muito mais importante do que qualquer outra atividade super elaborada que você aprendeu com aquelas mães prendadas e perfeitas.

Você ao receber aquele positivo continuou sendo você, só as prioridades que mudaram na sua vida. Afinal isso não da pra negar que muda, e muito! Mas pense: Você ainda é casada (ou não), você ainda precisa trabalhar para completar a renda da família (ou não), você ainda faz tudo o que fazia antes e MAIS uma tarefa que é cuidar da sua cria. Mas isso não precisa ser um fardo enorme. Tem que ser o maior prazer da sua vida! Filhos são a alegria de nosso viver! Dão muuuuitoo trabalho, mas ainda assim são a nossa alegria!

             "...É de batalha que se vive a vida, tente outra vez..."
                                                          Raul Seixas

A maioria das mães que conheço vivem no dilema: ser mãe ou ser uma pessoa normal? E eu pergunto “Precisa escolher?” Ser mãe é parte de você como indivíduo e não a sua totalidade. Para você se doar ao seu filho você precisa estar inteira, para ter o que doar. Para que o seu filho fique bem, você precisa estar bem. Quantas vezes estamos estressadas, na TPM, com problemas no trabalho e parece que seu filho fica muito mais agressivo e pirracento do que o normal? Na verdade ele só está absorvendo as comunicações não-verbais (e as verbais também) que você está passando pra ele. Então lembre-se de passar o melhor de si, na mesma proporção em que você deseja acertar nas outras tarefas. E se não conseguir… Paciência mulher! Amanhã é outro dia e você vai tentar de novo e de novo e de novo….

Esqueça esse peso de que você precisa ser perfeita. Você precisa ter certeza de que fez o seu melhor. Agoooora… Se esse melhor foi perfeito ou não, aí já é outra história. Pense que aqui somos apenas seres imperfeitos buscando sempre melhorar. Não é de uma hora pra outra e nem será sempre. Quando você começar a acertar, seu filho vai crescer, mudar de fase e você terá que aprender tudo de novo!

Encontrei um texto sobre o assunto na internet e acho válido trazer um trecho para a discussão:

Outra grande fonte de culpa é uma fantasia onipotente, a ideia de que é possível dar conta de tudo e com perfeição”, afirma a especialista em psicopatologia do bebê, Maria Cecília Pereira da Silva, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Funciona mais ou menos assim: em 24 horas, você tem que ser sensível aos sinais de desamparo do seu filho, garantir que a empregada e a babá atendam a todos os seus comandos, manter o mesmo ritmo de produção no trabalho que tinha quando era solteira (ou ainda aumentar), estar linda e sexy, namorar, dormir oito horas e acordar animadona para correr na esteira. Ou: já que decidiu dar um tempo na carreira para cuidar da cria, vai ter que amamentar até os dois anos, no mínimo, cozinhar todas as refeições dos seus filhos com ingredientes orgânicos escolhidos a dedo por você mesma, construir brinquedos artesanais, contar histórias interessantíssimas que inventou, colocar o bebê para dormir todas as noites e por aí vai… “As mulheres estão adoecendo com suas expectativas de perfeição”, escreveu Karen Kleiman, fundadora e diretora executiva do Centro de Stress Pós-parto dos Estados Unidos no artigo Guilty, Mothernhood and the Pursuit of Perfection (Culpa, Maternidade e a Busca pela Perfeição, em português). Está claro que, na maioria dos casos, a culpa é parte de uma armadilha que criamos para nós mesmos. Mas tal sentimento também tem uma função benéfica. Ele serve de norte para nos ajudar a avaliar se estamos agindo da forma que julgamos correta. “A culpa é uma expressão de maturidade psíquica, emocional”, diz a psicanalista Belinda Mandelbaum, coordenadora do Laboratório de Estudos da Família do departamento de Psicologia Social e do Trabalho da USP. “Ela é sinal de que somos responsáveis por aquilo que fazemos com o outro.” Ou seja, a culpa faz parte da vida de quem zela pelos filhos. Uma atitude saudável, portanto, é usar o sentimento como um instrumento diário de aperfeiçoamento da vida em família. Ao menor sinal de culpa, pare, avalie a situação e deixe o instinto agir.

Fonte Supernanny

Então pare por um momento… Respire… Vamos fazer um desafio? Hoje ao deitar, pense em algo que de te prazer, que te deixe feliz, ao invés de se cobrar ou ficar ansiosa com as tarefas do dia seguinte. Se esse pensamento de ansiedade aparecer, force a voltar pro pensamento de antes! Depois quero que me conte o que pensou e como se sentiu! Vamos tentar?

Beijinhos

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